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As gírias da estrada

Mesmo com celulares, laptops e outros dispositivos digitais presentes na boleia do caminhoneiro, existe uma tecnologia bem mais simples que ainda é a preferida dos motoristas: o rádio PX. Esse serviço de comunicação tem o investimento restrito à instalação do aparelho e, por isso, ainda é o mais prático, barato e útil nas estradas.

Como pode ser considerado uma rede social dos caminhoneiros, o rádio PX torna peculiar o jeito de se comunicar desses profissionais da estrada. São gírias criadas pelos próprios motoristas e que deixam um  vasto dicionário da categoria, mesmo com algumas alterações de uma região para outra do país.

Veja alguns termos que separamos e que são utilizados no ambiente de trabalho ou em situações do dia-a-dia:

Apavorar: acelerar caminhão
Barracão de zinco: caminhão baú
Bicudo: modelos de caminhão com motor na frente da boleia
Bigode a bigode: falar pessoalmente com outro caminhoneiro
Botina branca: médico
Botina preta: polícia rodoviária
Caixa: recipiente sob a carreta que serve como armário e cozinha para os caminhoneiros
Camisa 10: patrão
Cavalo traçado: caminhão com dois diferenciais
Cavalo: conjunto do motor que vai à frente do caminhão; é onde está a boleia
Chão: estrada de terra
Costela: ranhuras sequenciadas de lado a lado da pista, normalmente, fruto da erosão causada pela água da chuva
Cristal: esposa
Cristaloide: filho
Dois metros horizontais: dormir
Esparadrapo: irmão
Mala de navio: contêiner
Módulo 2m: cama
Muriçoca: caminhão pequeno
Para-raios: sogra
Patrolar: passar por cima
Pilão: buracos redondos e fundos
Pitimbado: caminhão quebrado
Puxar: transportar carga
Top: subida muito acentuada
Trieiro: trilha deixada pelos pneus dos caminhões em uma região de atoleiro
Tubarão: caminhoneiro que tem um bom rádio
Vitamina de minhoca: barro, lama

Com informações de G1 e O Carreteiro

Seis coisas que você queria saber sobre pedágios

Os motoristas brasileiros são os que mais gastam com pedágio, segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As rodovias estaduais do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo, são as que mais avançam no bolso dos motoristas. O valor médio praticado nas estradas estaduais fluminenses é de R$ 12,93 a cada 100 km. Mas há casos em que ele supera em muito esse patamar. Nas vias paulistas, a média para o percurso de 100 km é ligeiramente inferior à do Rio, R$ 12,76. Para se ter uma noção, a média internacional é de R$ 8,80 pela mesma distância percorrida.

O pedágio no Brasil não é novidade e existe desde o século XVIII, com a Rota dos Tropeiros, mas muita gente ainda tem dúvidas sobre como funciona o pedágio. O Blog da Iveco reuniu as principais perguntas sobre o assunto:

1. Como são calculadas as tarifas do pedágio?
A tarifa é resultado da multiplicação da Tarifa Quilométrica (um valor monetário básico por quilômetro de rodovia) pelo TCP – Trecho de Cobertura da Praça de Pedágio, que corresponde à extensão da rodovia que está associada àquela determinada praça. Toda tarifa de pedágio cobrada tem um trecho de rodovia correspondente ao valor que está sendo cobrado.

2. Qual é o estado que mais paga pedágio?
A maior parte das vias privatizadas (e, portanto, pedagiadas) estão em São Paulo: são 3 500 quilômetros, contra 2 495 quilômetros no Paraná, 2 494 quilômetros no Rio Grande do Sul e 666 quilômetros no Rio de Janeiro. Nos estados das Regiões Norte e Nordeste não há nenhum pedágio. São Paulo também detém o recorde do pedágio mais caro do país

3. O pedágio é um imposto ou uma taxa?
O pedágio pode ser classificado como uma espécie de taxa de serviço de conservação de via pública.

4. Se eu viajasse por todo o Brasil, quanto pagaria de pedágio?
A soma das tarifas de todas as praças de pedágio do país chega a 1 737 reais, segundo levantamento feito pelo site Estradas.com.br. Esse é o valor se você cruzar o país com um carro de passeio, porque, se o mesmo trajeto for feito de caminhão, a conta sobe para 6 184,90 reais! E isso porque só 7% das estradas pavimentadas do Brasil têm pedágio – só são pedagiadas as rodovias concedidas pelo governo à iniciativa privada.

5. Para onde vai o dinheiro do pedágio?
A arrecadação do pedágio é destinada à execução dos serviços de atendimento aos usuários da rodovia, como por exemplo, socorro mecânico, primeiros socorros a acidentados, inspeção de tráfego, conservação e manutenção do pavimento, sinalização adequada, segurança, programa de redução de acidentes, obras de ampliação das rodovias (dispositivos de acesso e retorno, passarelas, pontes, marginais, entre outros). O dinheiro arrecadado também é revertido aos municípios do entorno da rodovia em forma do pagamento do ISS (Imposto Sobre Serviço) no percentual de 5% ao mês.

6. Quem tem direito à isenção de tarifas de pedágio?
De acordo com o Artigo 1º da Lei 2.481, com a nova redação dada pela Lei 6.302/61, têm trânsito livre no sistema rodoviário e ficam, portanto isentos do pagamento de pedágio os veículos:

De propriedade da contratante;
De propriedade da Polícia Militar Rodoviária;
De atendimento público de emergência, tais como: do corpo de bombeiros e ambulâncias, quando em serviços; das Forças Militares, quando da construção ou manobra; e oficiais, desde que credenciados em conjunto, pelo contratante e pela concessionária.

Fontes: www.artesp.sp.gov.br; Mundo Estanho, Congresso em foco, Wikipédia

Atenção com a quinta-roda pode fazer toda diferença na segurança da sua viagem

Ela faz toda diferença na hora de colocar a carga no caminhão. É, de fato, essencial, quase a protagonista das viagens na boleia. Trata-se de um componente pra lá de especial, a quinta-roda. Uma pequena peça perto da magnitude de um caminhão, que faz o elo entre o cavalo mecânico e a carreta.

Contudo, apesar de sua relevância, o que ainda pouco se comenta é sua função de segurança. Muitos acidentes nas estradas envolvendo caminhão ocorrem devido à falhas técnicas. Como bem lembra,  João Pedro Crespi, gerente executivo da JOST Brasil, “o falso engate não é problema da quinta-roda e sim da operação”.

Para garantir que fabricantes de quintas-rodas não coloquem no mercado um material de procedência duvidosa e, consequentemente, de suposta má qualidade, todas devem obter o Selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) para assegurar que são produzidas dentro de rigorosos critérios de segurança – certificação esta que, tardiamente, entrou em vigor em janeiro deste ano, com a publicação da Portaria 236/2008, regulamentando a sua fabricação e os tipos de testes que o equipamento precisa passar. Para a emissão do certificado de Produto Homologado é necessário que a Quinta Roda esteja aprovada nos ensaios e testes de resistência, conforme a norma NBR NM-ISO 8717.

Conforme salienta Alessandro Poletto, gerente de Comércio Exterior da Fontaine Brasil, “um caminhão que puxa 48 toneladas, se tiver um engate de má qualidade, a primeira ação no trânsito em que precisa ter uma decisão defensiva, a carreta pode passar por cima da cabine. A quinta-roda deve garantir a qualidade para a vida do motorista e demais usuários da pista. O Selo do Inmetro garante isso, atendendo toda a legislação de trânsito”.

As quintas-rodas Fontaine são certificadas pelo Inmetro de acordo com a norma NBR NM-ISSO 8717. O modelo 163 CI, produzido no Brasil, foi submetido aos testes nos laboratórios da empresa, nos Estados Unidos, com acompanhamento do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva). O produto possui, ainda, a certificação exigida pela Comunidade Europeia desde junho de 2000.

Atualmente, a companhia é homologada como fornecedora de equipamentos originais para as montadoras Mercedes-Benz, Scania e Volvo e atende a quase todos os fabricantes de implementos rodoviários do país.

Quinta-roda 163 CI (Fontaine)

O gerente-executivo da JOST Brasil, João Pedro Crespi, complementa a citação de Poletto: “O principal ponto que deve ser observado a partir deste ano é o Selo do Inmetro na quinta-roda. Isso atesta a qualidade do produto”. Até a liberação da portaria do Inmetro não havia nenhuma legislação específica no país.

Com esse sistema de qualidade é possível minimizar a quantidade de acidentes nas estradas. Aliás, esse é outro problema que coloca à prova a quinta-roda: as condições das rodovias brasileiras. A durabilidade de uma quinta-roda é entre 10 a 15 anos, mas em certos casos pode durar apenas dois anos. “Não temos uma cultura de manutenção preventiva, o condutor pode se deparar com uma estrada ruim e prejudicar a quinta-roda”.

Para saber quando a quinta-roda já não está mais em boas condições para utilização, consulte as indicações expressas no manual de instrução de cada fabricante. Além de acompanhar no manual, a checagem deve ser por contato com o equipamento.

Desta forma, inclusive, é possível aumentar sua vida útil; respeitando os limites de peso, lubrificar a peça semanalmente, fazer a limpeza e ajustes de engates, verificar a cada três meses a regulagem do sistema de acoplamento.

Apesar deste produto já estar no mercado há 30 anos com mesmo design, pouco avanço tecnológico foi desenvolvido para a quinta-roda. A Fontaine do Brasil lançou há pouco tempo, inclusive possui patente, uma tecnologia que garante mais segurança e menos acidentes com os caminhões: o sistema de anti-falso engate acoplado à quinta roda. Essa inovação evita que a carreta se desprenda ou ainda que não esteja realmente presa ao caminhão.

Quinta-roda de 3,5 polegadas (Fontaine)

Enquanto a alavanca de acionamento não voltar para a posição fechada, o usuário saberá que a peça não está adequadamente acoplada. A alavanca só retorna à posição travada se o sistema estiver engatado, efetivamente.

Marcos Moraes, gerente de Vendas da Fontaine do Brasil, lembra “As pessoas não têm conhecimento da tecnologia que é aplicada no produto, o material, o que está envolvido no processo. Para Moraes outra dica de segurança é que “o engate seja bem efetuado, com movimento rotativo”. Todos são unânimes em indicar que caminhoneiros e funcionários encarregados no engate da carreta ao caminhão estejam sempre bem atentos tanto à manutenção da quinta-roda como nos procedimentos de ajustes e engate. Afinal, o equipamento é o principal responsável por puxar dezenas de toneladas”